Vamos conversar sobre o filme tunisiano “A Flor de Alepo”, tanto como filme quanto sobre a relevância que ele tem para o Brasil de hoje.



Mourad (interpretado por Badis Behi), um jovem de 17 anos, volta para a Tunísia depois de ter estudado na França e começa a andar com extremistas Islâmicos.

Sua mãe, Salma (interpretada por Hind Sabri), percebe que o filho está diferente, mas talvez só descubra qual o real problema tarde demais.


E aí, eu sou o Marlon, e este é o canal Dos Ratos.

Dois adendos. Primeiro, “A Flor de Alepo” é coisa minha, no IMDb não tinha título em português, e o original é “Fleur d’Alep”. Segundo, eu assisti na Netflix, em Árabe com legenda em Inglês, o filme não está disponível nem dublado nem com legenda em português.

A Flor de Alepo, dirigido por Ridha Behi, tem uma história bem interessante, principalmente depois que Mourad completa 18 anos. A trama trata de um tema relevante e realistas, inclusive para o Brasil e muitos outros países hoje em dia, que é um jovem se tornando extremista.

A gente observa que desde a crise do capitalismo de 2008, o extremismo vem crescendo em grande parte do mundo. Seja o extremismo Islâmico como no filme, seja a extrema-direita nazifascista dos Estados Unidos e suas colônias (como a Europa e Brasil).

Apesar de diferenças culturais em como o extremismo se manifesta em diferentes locais, o que pareceu ser constante, foi o público alvo dos recrutadores: Jovens, em sua maioria masculinos e com alguma vulnerabilidade social.

O Método usado normalmente pela internet como esses fóruns Chans e outras redes sociais até de maior destaque.

Esse é justamente o perfil do Mourad, que voltou da França, um país que ele venera, para a Tunísia, um país que ele despreza, enquanto seus pais se divorciam. Ele não se entende com seu pai (interpretado Hichem Rostom), e sente falta da atenção da mãe, que é paramédica e tem que ir socorrer pessoas em horários aleatórios.

Todos esses elementos levam ele ao extremismo, porém são porcamente explorados no filme. Tudo é tratado por cima e brevemente, então isso faz com que o filme fique parecendo aquelas simulações de crime em programas de TV.

Outra coisa mal feita é como os grupos extremistas aceitam qualquer um no grupo, sem critério nenhum. Então poderia ser um inimigo se infiltrando para conseguir informações internas ou para matar o líder da organização na calada da noite.

Personagens fracos!

O pai é só um cara grosso. Mourad gosta de música, mas esse é o único aspecto que a gente vê dele além do posterior extremismo.

A mais interessante é a mãe, ela é a que mais demonstra personalidade, proatividade. Ela é do tipo de personagem que age, não só reage quando as coisas caem no colo dela. É uma personagem mais completa.

Tem pelo menos outras duas personagens que poderiam ser mais exploradas, mas como parece que estavam com pressa de acabar o filme tudo ficou na correria e pela metade.

Uma é a tia do Mourad, a irmã da Salma (interpretada pela Chekra Rammeh), uma professora de dança do ventre com características da personalidade parecidas com a irmã, porém não é dado a profundidade necessária pra ela.

Outra é a Dalel (interpretada pela Yasmine Bouabid), uma amiga de colégio do Mourad. Não fica muito claro se há algum interesse romântico entre eles, mas ele se afasta dela por causa do Islã e fica com cara de coisa mal resolvida.

E se pá tem até mais personagens assim que ficaram pela metade.

A atuação é toda ok, tem só um cara que vai dar uma informação que é muito ruim, mas como é praticamente um figurante não tem problema né?! Fora isso, tudo certo, tudo ótimo.

A melhor é a Hind Sabri, eu já vi ela em outro filme, mas ela era adolescente ainda e faz muito tempo que eu assisti, então foi como se eu estivesse vendo ela atuar pela primeira vez.

Ela foi excelente, adorei sua interpretação e adoraria ver ela em outros papeis ou até mesmo em papeis melhores, porque mesmo o personagem dela sendo a melhor, o filme deixa muito a desejar nesse aspecto.

Badis Behi é muito bom também, mesmo sendo com um personagem um pouco letárgico. A fotografia é mediana, assim como a trilha sonora. Em alguns momentos eu até achei que a trilha não combinava com o clima da cena.


“A Flor de Alepo” é um filme com enredo interessante, temas fundamentais e ótimas atuações. Porém, todo o resto é meio fraco, parece apressado e pela metade. Eu vou dar para “A Flor de Alepo” 3 de 5.

É isso. Eu te encorajo a se inscrever no canal, dar like, comentar e compartilhar o vídeo e/ou esse texto.

Obrigado. Nos vemos em breve

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