Quer se sentir fisicamente mal, nauseado e com angústia por horas pensando em um filme? Então o filme Australiano de crime real, “A Vítima Perfeita”, pode ser a escolha ideal para você. Vamos falar do filme e da história verdadeira que deu origem a ele.



Quando a adolescente Rachel Barber (interpretada por Kate Bell) volta para casa depois de sua aula de dança, seus pais (interpretados por Miranda Otto e Guy Pearce) saem em busca dela com pouquíssimo apoio da polícia.

Caroline (interpretada por Ruth Bradley), ex-baba da família, a atraiu para sua casa com promessa de um trabalho bem remunerado e roupas novas, porém suas intenções são outras.


E aí eu sou o Marlon e esse é o canal Dos Ratos.

Vamos começar pelo crime real. Eu vou explicar o caso de cabeça e de forma básica para não fazer sensacionalismo com a morte da menina. Vou colocar as fontes que eu li na descrição, caso você queira da uma olhada em mais detalhes.

Assim como no filme a Caroline atrai a Rachel para a casa dela, estrangula ela com uma corda de telefone, fica com o corpo dela alguns dias em casa, coloca num saco, chama um taxi, vai para uma fazenda do pai dela e enterra a menina numa cova rasa.

Ela pretendia viver uma outra vida com a identidade da Rachel, mas quando a polícia pressiona ela confessa o crime e leva eles até o corpo.

Ela foi condenada a 20 anos, mas ela saiu em condicional, acho que, depois de uns 15, se eu não me engano.

Ela tinha mudado muito a aparência e alguns dizem que ela tinha feito aquilo para se parecer mais com a Rachel.

Na verdade o filme é bem fiel ao crime real, né?!

Agora ao filme escrito e dirigido pela Simone North.

Eu assisti “A Vítima Perfeita” duas vezes, a primeira só por assistir e a segunda já na intenção de fazer esse vídeo. Foram duas experiências completamente diferentes, mesmo tendo poucos meses entre uma assistida e outra.

Na segunda vez que a gente assiste, sabendo de todo o significado por trás da cena de abertura ela já tem muito mais impacto emocional. A trilha sonora tem mais peso, nós entendemos plenamente os prenúncios que estão sendo mostrados, enfim.

Posteriormente a história começa a ser contada pelo prisma de alguns personagens.

Começando pelos pais da Rachel, que é quando a tensão começa a subir pouco a pouco, com o desespero dos pais procurando pela filha. O ápice emocional dessa fase é quando o pai da Rachel cai no choro com o pensamento de que a filha estaria morta.

Depois vem a Caroline. É um momento de perturbação absoluta, fica muito claro assim que ela aparece, que ela tem problemas seríssimos com autoestima e fica obcecada pela Rachel por ela ser, em sua visão, tudo aquilo que ela mesma não seria.

Ambos os pais da Caroline a rejeitam, o pai com indiferença e a mãe com desprezo mesmo. A fala da mãe que demonstra isso perfeitamente é “ela sempre foi horrível, até quando era bebê”.

A verdadeira Caroline Reed Robertson foi diagnosticada com transtorno de personalidade, mas eu não achei qual transtorno específico. A forma como o filme retrata a personagem dá a impressão de Transtorno de personalidade borderline.

Mostrar a história e o sofrimento da assassina, não romantiza a Caroline, mas mostra a realidade na qual ela foi forjada. O objetivo não é dar uma desculpa para o crime ou eximi-la de responsabilidade, mas sim mostrar o caminho que a levou até lá.

Por último, a gente acompanha a perspectiva da própria Rachel. Uma adolescente comum, que está descobrindo as coisas da vida, como sexo, bebida e a oposição aos pais. Ela não é retratada como uma santa, como muitos filmes de assassinato fazem, mas sim como uma humana.

É essa humanidade que faz com que a gente se conecte a personagem. Também é esse misto de ingenuidade com o desejo independência em relação aos pais, típico da adolescência, que leva ela a morte e é nesse momento que temos as cenas mais pesadas de “A Vítima Perfeita”, com a interpretação crua e realista do seu assassinato.

Infelizmente, tem pouco da Rachel no filme, a gente pega essas coisas que eu mencionei, em detalhes e em poucas falas dela e de outras pessoas, mas a gente não vê a personalidade dela desenvolvida na câmera.

Depois que ela morre, acaba essa coisa de acompanhar os personagens e fica mais geral, com um leve foco na polícia.

Pela maior parte do filme a polícia não faz nada, e por um lado a gente compreende, porque muitos adolescentes devem dar um perdido nos pais, mas vez ou outra é um caso sério e você não tem como saber qual é, qual. Porém, a postura de desdém que eles mostram até o último ato é bem irritante.

Essa é a parte de menos emoção de “A Vítima Perfeita”, porque é focada na investigação e na tentativa da assassina de despistar. Então, acaba sendo o momento menos interessante e impactante.

Agora vamos para a atuação. Normalmente eu não sou gosto muito de atuações um pouco exageradas, mas nesse caso achei que coube. Tanto os pais em desespero com a perda da filha quanto uma assassina obsessiva e com transtorno de personalidade.

Claro que Miranda Otto e Guy Pearce dão excelentes performances, super necessárias para vender a emoção toda que o filme precisa passar. Mas quero falar mais da Ruth Bradley.

Toda vez que eu tinha visto atuações dela tinham sido muito boas, mas nesse em “A Vítima Perfeita” ela superou qualquer expectativa que eu podia ter.

Já vi interpretações muito inferiores ganharem o Oscar, mas como a premiação é a rodinha da punheta de Hollywood ela não deve ter sido nem cogitada.

Uma cena marcante dela, que eu não vou poder mostrar toda porque tem nudez, é um exemplo da excelente atuação e resume com perfeição o que era o personagem dela.

Ela tem um rompante de ódio a si mesma, tira a roupa na frente do pai (interpretado pelo Sam Neill, que está perfeito como o pai ausente), e começa a se depreciar aos gritos. Com o mesmo ímpeto ela se acalma e fica doce com o pai, quando ele a acolhe com uma toalha.

Só como curiosidade, ela ganhou mais de 20 quilos para interpretar esse papel.

A fotografia é um tanto quanto mediana. Tem aquele exagero nas cores estilo Traffic, que ficou na moda nos anos 2000, o que eu não sou muito fã e normalmente é usado de forma racista (não nesse filme, mas em geral, mesmo).

Positivamente eu achei o movimento de câmera, tem uma dinâmica mais interessante do que o padrão seguro. É sutil, não o tempo todo, mas eu gostei bastante.

Por último, a parte mais marcante do som foi o uso das músicas escritas para o filme por John Butler Trio, sendo, “What You Want” a música da abertura, e “Caroline” a música de quando a Caroline tá observando a Rachel dançar e fica obcecada por ela.


“A Vítima Perfeita” foi muito melhor a segunda vez que eu assisti. Tem alguns problemas, como a falta de desenvolvimento da vítima e alguns momentos de baixo interesse. De bom tem atuações incríveis e é uma bomba de emoção que pode alugar um espação na sua mente. Eu vou dar para “A Vítima Perfeita” 4,5 de 5.

É isso. Eu te encorajo a se inscrever no canal, dar like, comentar e compartilhar o vídeo e/ou esse texto.

Obrigado. Nos vemos em breve

Links e Fontes

Sobre o Crime:

IMDb: https://www.imdb.com/title/tt0995851/

Rotten Tomatoes: https://www.rottentomatoes.com/m/in_her_skin_2009


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