Acabando de sair da cadeia, Ángel (interpretado por Carlos Valencia) já tem uns caras em Guayaquil atrás dele para cobrar uma dívida.
Então ele foge para Quito para ficar com seu primo Salvador (interpretado por Marco Bustos), que tá cometendo pequenos delitos depois de ser expulso da escola militar.
Na tentativa de se livrar dos velhos problemas, eles criam novos problemas que só aumentam e aumentam.
E aí?! Eu sou o Marlon e este é o canal Dos Ratos.
Chegando tarde pra festa, vamos falar de um filme de cada país que jogou a copa do mundo, hoje é o filme Equatoriano Armadilhas do Destino ou Ratos e Rueiros.
Eu prefiro o nome Ratos e Rueiros então é com ele que a gente vai até o fim do video.
Ratos e Rueiros é um filme muito divertido, cheio de conflitos que deixa a gente prenso até o fim a jornada. Tem ação desde o começo e não estou falando da piroka do Carlos Valencia que aparece nos primeiros segundos do filme. Eu estou falando da cena de perseguição e luta logo depois disso.
O filme passa longe de ser muito sério ou dramático. É cheio de momentos engraçados equilibrados com a ação e eventos intensos presentes na narrativa.
Se você quer só se divertir, você pode assistir Ratos e Rueiros e vai ficar satisfeito, mas eu vejo que tem mais aqui sem ser muito obvio e nem dando sermão. Tudo no nuance.
Filmes como Ratos e Rueiros são a razão pela qual eu acho que a gente deve assistir filmes de diferentes países. Eles contam histórias diferentes daquelas que a gente tá acostumado vendo filmes dos Estados Unidos e alguns poucos da Europa Ocidental.
Mesmo as histórias de gente pobre dessas regiões, que são um pouco mais próximas da nossa (como a gente vai ver no filme francês), ainda assim não são análogas a nossa realidade.
Porém, a questão não é só o quanto a gente consegue se relacionar com essas histórias. Eu acho interessante para pessoas desses países mais ricos olharem de forma diferente pra nós da periferia do sistema, e pelo menos tentar ver que nós somos seres humanos.
E funciona ao contrário também, tipo quando eu assisto uma série da Finlândia (tipo Deadwind), e lembro que pessoas dessas regiões não são todos babacas e arrogantes e que o povo trabalhador dessas regiões não são seus “líderes” eleitos nem sua classe dominante interna.
De qualquer maneira, voltando para o quanto a gente se relaciona com essas histórias, uma coisa que me chamou muito a atenção, é como esse filme é de 99, os personagens, os figurantes e até as casas, as edificações me lembraram muito a minha infância. É muito familiar.
O realismo não é só estético, mas também na história, o enredo é bem plausível. Os personagens não são completamente pretos e brancos, não tem vilão torcendo o bigode, nem entre os antagonistas.
As situações não são forçadas, deixando a história crível. Tudo acontece por um mal passo ou uma decisão idiota, nunca por má intenção. E se a gente pensar bem, pode acontecer com qualquer um, não só gente pobre que comete crimes, igual os nossos protagonistas.
Por exemplo, J.C. (interpretado por Simon Brauer). Ele é jovem, rico e branco, tem um monte de decisões idiotas que acabam tendo repercussões.
Eu gostei de todos os personagens, porque eles fazem sentido dentro da história e a gente acaba se apegando a eles. Mas meus favoritos são os dois protagonistas.
Salvador e Ángel tem personalidades muito diferentes, mesmo assim eles são gostáveis cada um do seu jeito. Ángel arrasta o Salvador pros seus problemas dele, mas mesmo assim a gente não sente raiva dele, porque nunca parece na má intenção, a impressão que passa é que ele não é uma má pessoa.
Eu gostei das performances e eu espero ver mais filmes equatorianos em breve, para ver mais de atores como Carlos Valencia, Marco Bustos, e seria legal também ver mais da Irina Lópes, mas parece que esse é o único filme que ela fez como atriz.
Continuando!
Um problema que eu achei, pelo menos na versão que eu assisti é que o som ambiente as vezes atrapalha pra gente entender o diálogo. É muito barulho, muita música em alguns lugares, então a gente não consegue entender o que eles estão falando.
Mas a trilha sonora ficou perfeita. A música encaixa perfeitamente com os diferentes humores do filme e além disso, tem umas músicas bem interessantes.
Por exemplo, tem uns momentos que tem uma música grunge. Foi legal “ver” essa música e em espanhol, então sem ir atrás da música dos gringos pra colocar no filme.
Como eu disse no vídeo de o Príncipe do Deserto, trilha sonora e fotografia são coisas que podem elevar o patamar do filme pra mim. Como eu já falei que adorei a trilha sonora, e a fotografia?
Eu gostei o suficiente. Não tem uma aparência bonita, mas o enquadramento está sempre perfeito e interessante e tudo claro, bem visível. As cores são intensas e a iluminação durante o dia tá bem iluminada, perfeita. E durante a noite elas ficam escuras de um jeito realista, que é uma coisa que eu passei a gostar mais com o tempo.
Ratos e Rueiros é um filme incrível. Ótima história, personagens, muito divertido e com familiaridade. Eu vou dar para Armadilhas do Destino ou Ratos e Rueiros 4 e ½ de 5.
É isso. Eu te encorajo a se inscrever no canal, dar like, comentar e compartilhar o vídeo e/ou esse texto.
Obrigado. Nos vemos em breve!